Hoje, deu no JB o seguinte título no caderno internacional: “Denúncia de Corrupção leva ministro japonês ao suicídio.”
A primeira reação é aquela , “porra, denúncia no Japão o cara se suicida, aqui tem Renan Calheiros e outros que ficam defendendo o indefensável, o Brasil não tem jeito” e aquelas coisas que ouvimos e repetimos desde que nascemos.
Quando leio a reportagem descubro que o ministro japonês sempre fez sacanagem , já havia sido pego de forma leve e agora o negócio tinha ficado brabo, pois o valor é significativo .
A perda da honra diante da sociedade é um dos maiores motivos para o Japão ter o maior índice de suicídio entre os países desenvolvidos.
O que deve ser separado é o que se faz no privado, do que se mostra em público. O japonês na esfera privada não teve honra nenhuma como não tem o corrupto brasileiro, porém em público o japonês se envergonha a ponto de cometer o suicídio.
Que dupla personalidade hein Japa?
quinta-feira, 31 de maio de 2007
Assalto Divino
Hoje, andando pela marechal floriano (não!, não é a marechal de Santos onde tive e tenho momentos felizes) pela hora do almoço, paro de frente à banca que estampa na capa, de um jornal sensacionalista carioca, o seguinte título acrescido de uma foto:
“ Casa do Padre Marcelo é assaltada e rapinam em torno de R$100.000,00.”
A foto ao lado é do padre, de mãos juntas espalmadas em forma de oração.
Confesso publicamente a blasfêmia: Dei um bom sorriso daqueles “soquinhos” que mexe mais a barriga do que faz barulho.
O sentimento imediato espontâneo logo depois foi substituído pelo sentimento moral de compaixão, “ me coloco no lugar do outro, que merda, 100.000,00 precisa de ralação para chegar lá , perda é sempre foda...”
O sorriso provavelmente veio da foto divina do padre encaixado a um texto de cruel realidade, ou da constatação que ninguém é Santo ou tantas outras coisas inexplicáveis.
Ziraldo ,certa vez, fez uma caricatura do padre esticando seu já proeminente queixo, nariz e orelha. O resultado, na mosca, deu diabo.
“ Casa do Padre Marcelo é assaltada e rapinam em torno de R$100.000,00.”
A foto ao lado é do padre, de mãos juntas espalmadas em forma de oração.
Confesso publicamente a blasfêmia: Dei um bom sorriso daqueles “soquinhos” que mexe mais a barriga do que faz barulho.
O sentimento imediato espontâneo logo depois foi substituído pelo sentimento moral de compaixão, “ me coloco no lugar do outro, que merda, 100.000,00 precisa de ralação para chegar lá , perda é sempre foda...”
O sorriso provavelmente veio da foto divina do padre encaixado a um texto de cruel realidade, ou da constatação que ninguém é Santo ou tantas outras coisas inexplicáveis.
Ziraldo ,certa vez, fez uma caricatura do padre esticando seu já proeminente queixo, nariz e orelha. O resultado, na mosca, deu diabo.
terça-feira, 29 de maio de 2007
Kurt Masur
Um doce urso alemão. O senhor maestro dos seus passados 80 anos , mal de parkinson em uma das mãos, deu um show no Municipal.
Apesar do barulhento público que tardava a concentração em cada peça, o “Alemãozão” junto com a digna OSB fizeram um espetáculo grandioso nessa última sexta-feira (25/05/07).
O grau de intimidade entre o maestro e a orquestra se explica pela sua vigésima quinta apresentação com a OSB. O domínio em cena de Kurt e o pronto retorno dos músicos foi o que se viu. Não poderiam se desconhecidos ali. Kurt Masur , mais do que um pai, um avô, se divertia com a seriedade de uma crianca brincando.
O sopros foram um espetáculo à parte. Não à toa que o simpático Masur homenageou com um leve apontar de dedos dois deles ao final da apresentação.
A última peça de Dvorák foi uma viagem existencial pela vida. Tristeza misturada com alegria, aventura, destemperança foram os sentimentos-ingredientes que elaboraram o alimento da música- alma.
A vida, mais uma vez, imita a arte.
Apesar do barulhento público que tardava a concentração em cada peça, o “Alemãozão” junto com a digna OSB fizeram um espetáculo grandioso nessa última sexta-feira (25/05/07).
O grau de intimidade entre o maestro e a orquestra se explica pela sua vigésima quinta apresentação com a OSB. O domínio em cena de Kurt e o pronto retorno dos músicos foi o que se viu. Não poderiam se desconhecidos ali. Kurt Masur , mais do que um pai, um avô, se divertia com a seriedade de uma crianca brincando.
O sopros foram um espetáculo à parte. Não à toa que o simpático Masur homenageou com um leve apontar de dedos dois deles ao final da apresentação.
A última peça de Dvorák foi uma viagem existencial pela vida. Tristeza misturada com alegria, aventura, destemperança foram os sentimentos-ingredientes que elaboraram o alimento da música- alma.
A vida, mais uma vez, imita a arte.
Prova dos Nove
Minha primeira impressão, mas não é mesmo aquela que fica??, foi reativa em relação aos novos quiosques da praia.
Três foram os principais motivos: a imagem asséptica do novo quiosque, a perda da informalidade carioca e o caráter elitista associado ao empreendimento.
Fui, anteriormente , em uma situação atípica, que não me gerou elementos suficientes para julgá-los com segurança.
Hoje fiz um programa que gosto. Ir até o leme de bicicleta, e depois de uma corrida pela areia, fiquei ávido por uma água de coco.
Havia 2 quiosques, o novo e o antigo. No intuito de provar se estaria à vontade naquelas condições de quem correu, está suado e sem camisa, decidi pelo novo
O público era de quem antes não havia se exercitado pela areia, mas frugalmente caminhado pelo calçadão, o que poderia me causar constrangimento.
Porém, fiz a garçonete duas perguntas chaves.:
Quanto é a água de coco?
R$ 2,50, ela me respondeu.
Posso ficar sem camisa?
Pode, tranqüilo.
Fiquei lendo o jornal que havia carregado, sentado em uma cadeira gostosa, diante de uma mesa confortável, de frente para o visual alucinante da praia.
Os quiosques antigos não possuem mesas com esta visão. Surpreendentemente, fiquei mais a vontade no novo quiosque.
Concluo, como sendo uma pessoa difícil de aceitar o novo, porém ao me colocar em cheque, os novos quiosques desmistificaram minha primeira impressão, reatualizando a metamorfose que é o olhar humano .
Três foram os principais motivos: a imagem asséptica do novo quiosque, a perda da informalidade carioca e o caráter elitista associado ao empreendimento.
Fui, anteriormente , em uma situação atípica, que não me gerou elementos suficientes para julgá-los com segurança.
Hoje fiz um programa que gosto. Ir até o leme de bicicleta, e depois de uma corrida pela areia, fiquei ávido por uma água de coco.
Havia 2 quiosques, o novo e o antigo. No intuito de provar se estaria à vontade naquelas condições de quem correu, está suado e sem camisa, decidi pelo novo
O público era de quem antes não havia se exercitado pela areia, mas frugalmente caminhado pelo calçadão, o que poderia me causar constrangimento.
Porém, fiz a garçonete duas perguntas chaves.:
Quanto é a água de coco?
R$ 2,50, ela me respondeu.
Posso ficar sem camisa?
Pode, tranqüilo.
Fiquei lendo o jornal que havia carregado, sentado em uma cadeira gostosa, diante de uma mesa confortável, de frente para o visual alucinante da praia.
Os quiosques antigos não possuem mesas com esta visão. Surpreendentemente, fiquei mais a vontade no novo quiosque.
Concluo, como sendo uma pessoa difícil de aceitar o novo, porém ao me colocar em cheque, os novos quiosques desmistificaram minha primeira impressão, reatualizando a metamorfose que é o olhar humano .
Humanamente Incorreto
Não estou interessado ao que está vinculado o papel que envolve hoje os canudos em bares, restaurantes e biroscas em geral. Pouco importa se o responsável é a indústria madereira e celulose ou o poder opressor higiênico nesse mundo cada vez mais sem rosto, sem cheiro e sem gosto.
O fato é que aquele maldito artefato atrapalha à beça. Recebe-se o canudo com toda a pompa e circunstância que o desabona de sua elegante informalidade que fora sempre ser apresentado nu.
Além da dificuldade prática de rasgar seu invólucro quando o desejo preemente é que o canudo seja um meio propício para bebermos algo, o papel exerce o poder que o legitima ser melhor hoje do que antigamente pois não é mais um transmissor de doenças. Ora bolas, alguem já foi afetado por algum canudo reutilizado? A boca do outro contamina quando dividirmos os canudos , mas podemos aceitar beijos deliciosamente de um desconhecido.
Essa onda do politicamente correto, ao que parece não é marola, e veio para durar, fazendo da sociedade, um espaço que aparta, segrega e mais desumano para se viver.
O fato é que aquele maldito artefato atrapalha à beça. Recebe-se o canudo com toda a pompa e circunstância que o desabona de sua elegante informalidade que fora sempre ser apresentado nu.
Além da dificuldade prática de rasgar seu invólucro quando o desejo preemente é que o canudo seja um meio propício para bebermos algo, o papel exerce o poder que o legitima ser melhor hoje do que antigamente pois não é mais um transmissor de doenças. Ora bolas, alguem já foi afetado por algum canudo reutilizado? A boca do outro contamina quando dividirmos os canudos , mas podemos aceitar beijos deliciosamente de um desconhecido.
Essa onda do politicamente correto, ao que parece não é marola, e veio para durar, fazendo da sociedade, um espaço que aparta, segrega e mais desumano para se viver.
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