sábado, 24 de novembro de 2007

Henry Sobel na revista

Para quem não viu a capa da revista Época desta semana aí vai:
“Errei, mas não sou ladrão.” Ao lado desta frase em destaque, seu formulador, Henry Sobel aparece aprumando a gravata com um olhar tenso , fixo a frente.
Henry, o rabino, foi preso há 8 meses atrás furtando gravatas em Miami sob a mira persecutória de câmeras escondidas em uma loja de departamento americana. Agora , veio a redenção.
A frase do rabino, admite algumas possibilidades. O ladrão é um ser contumaz em seu desvio e não um bom moço que um dia fracassou na tentativa de ceder a gravatas multicoloridas. Ao transformar ladrão em um ente objetivo, tanto Henry quanto a sociedade produzem uma “cara para o ladrão”, no qual as fraquezas de alguns viram erros e as de outros vagabundagem.
Aprumando a gravata, Henry reestabelece uma conexão com o objeto fálico que causou o erro, como quem já tivesse resolvido o drama não o escondendo ou como um antigo amor que após o sofrido término se transforma em grande amigo. Pura estratégia.
O Olhar azul tenso do rabino espelha cifrões. Sem a gravata e suas amarras, o rabino chegaria mais perto de deus. Sua religião não abre espaço para religiosidade.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Palavras Apenas...

Sem descanso
Moradora do primeiro andar de uma movimentada rua de ipanema e sua empregada começaram tossir e se sentiram sufocadas subitamente. Ao chegarem à janela, a constatação: policiais da operação Ipabacana jogavam spray de pimenta no rosto de crianças de rua. O produto de tão forte, alcançou os andares mais baixos. Ui!

A nota acima foi escrita por Anna Ramalho em sua coluna no JB de quinta-feira 15 de novembro/07.
Neste espaço farei uma análise crítica da nota e um retrato do movimento Ipabacana. A análise enviei para o email da autora e para a seção de cartas do JB.
O título "Sem Descanso", para a autora, reflete o estado da moradora de ipanema devido ao odor de pimenta inalado dentro de sua própria casa , e, também, em menor grau, por haver criancas ali em sua rua. Afinal, a rua é dela.
O aspecto central do texto é o odor que incomoda a moradora do apartamento. O rosto das crianças é só o obstáculo pecorrido pelo spray que mais leve do que ar sobe ao primeiro andar.
Portanto, o rosto da criança de rua é um mero objeto na construção do texto no qual o único sujeito é a moradora do apartamento.
Diferente seria se o texto ao invés de "crianças de rua" referir-se somente a "crianças" . Não tenho dúvidas que teor do texto seria de revolta contra o ato de jogar spray em seus rostos. Porém, como são crianças "de rua", este "de rua" acaba transformando o ato de jogar spray no rosto em mera adjacência no texto.
Ela finaliza a nota com Ui!
Ui, pelo odor, não Ui pela humilhação, pois para humilhação seria melhor um Porra!, sentida na pele de criança que sofrem por viverem na miséria.
Anna Ramalho, as palavras valem, as palavras sangram, tenha mais responsabilidade no que escreve em uma mídia impressa e lida pelo brasil afora.
Sobre a Operação Ipabacana, movimento para deixar o bairro mais bonito, mais "clean", métodos de tortura são usados e deve ser investigado por ser um movimento covarde que joga spray de pimenta no rosto de crianças de rua. Isto é inadmissível.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

HUMANITA$

Será que teremos outro tipo de humanidade em breve?
Uma humanidade calcada em outros valores, metamorfoseada pela tecnologia, em um novo homem.
Muitos estudam o futuro da humanidade. Suposições baseadas em teóricos temos aos montes.
Talvez o homem do futuro será um outro , aonde valores como amor e solidariedade não existirão mais. Um homem narcísico, engolidor do próprio gozo. Ninguém tem certeza do que virá.
Porém, qual é atualmente o único laço comum e irrestrito que existe entre toda a humanidade? E que diante deles há um consenso geral? O dinheiro.
Quando falamos em dinheiro tudo se entende, ou qualquer desentendimento por ele está inserido na seara do entendido.
Afinal é dinheiro e sem o mesmo não posso viver, nem comer... O Pacto global capitalista está aí . Como dizia Raulzito: "a arapuca está armada, onegócio é que os homens do mundo piraram , eles são carrascos e vítimas do próprio mecanismo que criaram".
Mães dizem ao filhos que precisam ter um espírito competitivo (sic), pois o mercado é cruel. O solo bem cuidado para que estas idéias floreçam, somente está bem arado pois o dinheiro justifica tudo. E confunde a própria noção do que é viver.
Nesta viagem psicodélica as pessoas vivem correndo atras dele, fazendo todas as doideras por ele, para que de posse do monte de grana possam enfim comprar as coisas que precisam para ser felizes.
O conforto do carro, da tv plasma, do chocolate mais caro, satisfaz por algumas horas, mas sempre volta.
Ao inves de emancipar-se, o jogo da dependência é reforçado e se carrega uma vida assim.
Ah! Mas eles são felizes assim!! Diriam muitos.
Acredito que a felicidade esteja vinculada a você se emancipar e se libertar dessa gira. Te dá um alivío quando não precisa da aceitação do Outro.
Lacan diz que "O desejo é o desejo do outro". Apreender isso é uma forma de superação, ao conhecermos nossas reais necessidades, vontades e liberdades.
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Huguito Chaves chama o presidente da espanha de fascista.
O Aznar é fascista mesmo, todo mundo sabe, só não se podia falar em público.
Sem conflito, as evidências ficam escamoteadas, reforçando a liderança do mais forte. Lembre de situações em que estava fragilizado(a) e que se fosse só no protocolo sua "voz" nunca ecoava, havendo a necessidade de certos imperatvos para se afirmar.
Chamar Aznar de Fascista é dizer como a europa lida com a imigração, é como tratam minorias como negros...
Huguito que é da periferia, desvela o que está abafado, literalmente quebrando o protocolo da reunião.Ufa!!