Para quem não viu a capa da revista Época desta semana aí vai:
“Errei, mas não sou ladrão.” Ao lado desta frase em destaque, seu formulador, Henry Sobel aparece aprumando a gravata com um olhar tenso , fixo a frente.
Henry, o rabino, foi preso há 8 meses atrás furtando gravatas em Miami sob a mira persecutória de câmeras escondidas em uma loja de departamento americana. Agora , veio a redenção.
A frase do rabino, admite algumas possibilidades. O ladrão é um ser contumaz em seu desvio e não um bom moço que um dia fracassou na tentativa de ceder a gravatas multicoloridas. Ao transformar ladrão em um ente objetivo, tanto Henry quanto a sociedade produzem uma “cara para o ladrão”, no qual as fraquezas de alguns viram erros e as de outros vagabundagem.
Aprumando a gravata, Henry reestabelece uma conexão com o objeto fálico que causou o erro, como quem já tivesse resolvido o drama não o escondendo ou como um antigo amor que após o sofrido término se transforma em grande amigo. Pura estratégia.
O Olhar azul tenso do rabino espelha cifrões. Sem a gravata e suas amarras, o rabino chegaria mais perto de deus. Sua religião não abre espaço para religiosidade.
sábado, 24 de novembro de 2007
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Um comentário:
um comentário quase crônica...
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