O Nome dela era Berenice. Nunca mais a esqueci. Não pelo nome, que até engraçadinho achava.
Mas ...como vou dizer... pela bunda.
Não exatamente a bunda, mas pela relação que Berê tinha com o seu bumbum.
Quando pequena, Berê era muito feliz. Adorava brincar de casinha. Sua diversão era mexer com panelinhas, bulezinhos e outros apetrechos que criança diverte se sentindo adulta.
Quando adulta, Berê começou a trabalhar de garçonete e era feliz no seu emprego. Porém, algo a incomodava.
O que para as mulheres que têm, é motivo de orgulho, para Berenice era sofrimento.
Berê tinha ciúmes de sua própria bunda.
Não que fosse feia de rosto, isso definitivamente não era. Era mais um rosto normal na multidão.
A bunda de Berê para ser descrita com rigor exigiria muitas páginas do leitor para imaginar o que era aquilo. Resumindo neste pequeno conto - Berê tinha um bundão!
Enquanto aquela forma ia se arredondando, até que ela gostava. Era o começo da adolescência e esse algo a mais fazia a diferença nas primeiras paqueras.
Porém o negócio foi tomando um vulto que não tinha mais nada para ninguém. Ou melhor, não tinha mais nada para Berê.
Berê e sua Bunda começaram a ser uma coisa só. Sua identidade se confundia com seu proprio bumbum. Isso foi lhe incomodando. O que era motivo de orgulho, começou a ser disputa. A bunda virou sua rival.
Nada mais lhe chateava do que homem caminhando junto a Berê, esperando ela ir um pouco à frente para ver sua bunda melhor.
Triste mesmo para Berenice, foi um dia voltando do trabalho, ouvir uma conversa ao atravessar a rua : Olha a bunda que trabalha no restaurante da Tininha!
Isso foi a morte. Berê teve uma solução definitiva. Fez uma operação plástica de nome estranho: "Retiradas Carnes Glúteas."
Ninguém entendeu. Berê voltou a ser feliz!!
terça-feira, 7 de agosto de 2007
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2 comentários:
Legal a inspiração pro conto ter saído depois de uma pelada noturna...
Abraço, meu camarada. Mto bom o que vc escreve.
lahAdorei, leitura rápida, inspirada e bem construída. Parabéns!
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