terça-feira, 20 de maio de 2008
CAMA
Sempre soube que era você. Você dizia que não. Estava confusa. Menina perdida brincando de adulta. Eu sabia quem era você. E lá se foi, altiva, organizar seus brinquedos. Fechou a porta. Dormiu. Eu não pude entrar. Esperei o dia seguinte. Um ano inteiro. Você enfrentou a alegria e anunciou que tinha medo. Navegou até aonde tinha fôlego. Uma praia de areia branca. Lá encontrou um, dois, quinze príncipes encantados. Folhas de Bananeira abanavam seu rosto leve. Sem imposição da vida. Sem uma nesga de dor. Experimentou frutas e comeu os frutos do mar salgado. Temperou o humor e o paladar com vinho. Aí você acordou. E era eu que estava ali do seu lado. Na cama. Pronto para te beijar. Não sabia se era um príncipe ou mendigo. Nem mais eu sabia quem era. Só queria te desejar, te sentir. Levei você para um lugar visceral, imundo.Terreno seco, duro. Desmanche de carros. E lá passamos pequenos apuros. Entramos sem saber a saída. E aí, foi eu quem acordei. E você não estava mais lá. Eu, sozinho, na cama. Acordei de novo, esfreguei os olhos. Nada de você. E fui acordando, acordando, tantas quanto necessárias, procurando jogar fora, qualquer réstia de sonho que insistisse em ficar. Consegui. Sobraram eu e você.
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3 comentários:
TE AMO.
breno,
amanhã tem cep 20.000 no teatro do jockey!
bj
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