segunda-feira, 5 de maio de 2008

VIAGEM

O ônibus partia às quatro horas. A mala pesada carregava finalmente um prenúncio de vitória. Relâmpagos espocavam do céu cinzento. Entregou a passagem e foi logo pro fundo daquela podre carcaça. Um livro e a calça jeans surrada, parceiros de mais uma batalha. 5 horas era o tempo da espera. 5 horas, do que há muito importava. Chegou na cidade. Caminhou por atalhos conhecidos. Próximo de casa, parou no bar. Pediu uma cerveja. Lágrimas guardadas correram sujas pelo rosto. Desistiu. Voltou à rodoviária sem dizer "Te amo". Ficou duro demais para a velha esperança vencer novamente.

Um comentário:

Alice sem calcinha disse...

É difícil manter a esperança conosco, né? Muitas vezes uma mala não é capaz de carregar a esperança, cujo peso e tamanho são incalculáveis, então, a perdemos no caminho. E depois o que nos resta?
De verdade, não sei.
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bju