sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Barulho Esmaecido

Numa manhã gelada, era abrir a porta, e a neve já formava uma camada espessa despejando melancolia, desobrigando a infeliz tristeza de entrar. Havia uma loura olhando pela janela as imagens do jornal arremessado a pouco pelo entregador. Dores e cicatrizes fincavam o pé em diversos pontos da casa. Eu sei como tudo aquilo era possível. Não seriam velhas palavras para descrever o novo. Um silêncio rescendia tinta fresca, e as conversas mudaram a direção e tornavam-se circulares. Chamas incensadas pelo destino de ontem foram apagadas e nasciam outras, destinadas a queimar papel branco, limpo, e de melhor valia. Produto dos momentos que se sucedem, a teconologia ganhou status de desimportância. Reconheciam nela as frustrações de que fora seu despropósito. A cama embalava a todos como se cada passarinho pousasse para oferecer uma visita. A luta entre o bem e o mal não cessaria jamais, é que agora qual fosse o resultado, não seria o lamento que burlaria as regras para vencer novamente. O ouvido foi se aprimorando. Logo, logo , todos ouviriam músicas e só músicas, rocks entremeados por choros, chorinhos e chorões. Não competiam mais a eles explicar nem ao menos serem explicados. É que a razão com todos os seus postulados perdeu a chave de casa e ninguém era doido em avisá-la que estava em cima do armário. Do lado esquerdo de quem não tá nem aí para o que não seja simples amor.

Um comentário:

coias que eu odeio disse...

Adorei...vc. às vezes me surpreende, ainda mais depois desse lindo menino...que tenho certeza que será inteligente, esperto e sagaz....beijocas