Dividido com vocês brevemente meus estudos sobre Slavoj Zizek . Estudos para enveredar na tessitura do real e não para morrer dentro de mim. Estou admirado por suas idéias. Esloveno , sociólogo, filósofo e psicanalista lacaniano, Zizek é fortemente influenciado por Lacan,Marx e Hegel.
Autor de vários livros entre os quais "Eles não sabem o que fazem: o sublime objeto da ideologia", "O mais sublime dos histérico: Hegel com Lacan", "Um mapa da ideologia,"Bem vindo ao deserto do real", "Arriscando o impossível". Hoje é um do grandes nomes da filosofia social mundial.
Zizek ( acima dos Zs em seu nome, há um acento circunflexo ao contrário, acento de línguas eslavas, em que não há funcionalidade em meu teclado para tal chepeuzinho invertido ) aborda diferentes questões contemporâneas Por questão de espaço estarei desenvolvendo duas idéias do autor: a tolerância atual em mundo multicultural e o compromisso com a própria vida:
Tolerância:
Para o autor, em um mundo de opções aparentemente infinitas, as escolhas reais são mínimas. Tudo é permitido, pode se desfrutar de tudo, mas despojada da substância que o torna perigoso. Deste modo, tolerância significa deixe-me em paz, pois não quero ser incomodado por você.
O capitalismo global orquestra grandes contribuições financeiras humanitárias que é uma forma de manter a distância com quem sofre regulando-a através do dinheiro. O outro deve ser entendido como uma abstração, como se já estivesse morto. Ao invés de tolerância ao outro é mortificação ao outro. Abstraímos o outro em um caldo de cultura inodoro, num discurso de aparente respeito, para que a distância esteja mantida.
O discurso ocidental também determina o que deve ser tolerado. Assim fundamentalismo –islâmico é intolerante pois não está no cânone dos direitos universais ocidentais. Por que nós é que determinamos o que deva ser tolerado? Desta forma o budismo, maoismo já foi apreendido pelo capitalismo global enquanto o islamismo é o único foco que se opõe a ética capitalista.
Compromisso com a própria vida:
O modo de vida de grande parte da sociedade atual tem a idéia de que a vida não tem sentido último e a única meta acaba sendo a felicidade pessoal. Assim, o valor mais elevado seria continuar a própria vida. Em uma atitude pequena de sobrevivente.
Portando se diz falsamente que vivemos hoje uma sociedade de risco porém os riscos que as pessoas têm são riscos passivos e não ativos. E vão prolongando a vida até a morte..
Para o autor, há de se ter coragem de assumir riscos, pois a a vida não é meramente vida, é sempre acompanhada por um certo excesso ou por algo pelo qual as pessoas podem arriscar a própria vida. Assim o autor defende que hoje temos que reabilitar mais do que nunca termos como "eternidade", "decisão", "coragem"e heroísmo".
Como nos lembra Zizek baseado em Hegel o espírito é sempre um esqueleto" e não podemos assim separar a mais íntima experiência física de suas dimensões trancedentais. Adentrar este real é arriscar o impossível.
Para desenvolver algum aspecto do texto, envie uma mensagem que farei com todo prazer para o email do interessado.
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
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2 comentários:
Breno querido, está tudo muito bem. Esse Zizec parece ser um cara legal, mas é homem. Se fosse do sexo oposto, saberia que o fundamentalismo islâmico é intolerante, sim. Pelo menos porque não aceita e não permite que a mulher tenha os mesmos direitos e deveres e ocupe as mesmas posições que o homem na sociedade. E como, no mínimo, a metade das populações dos países muçulmanos é de mulheres, temos nessas nações um contingente imenso de pessoas que vivem em situação de humilhação extrema sob o jugo de verdadeiras ditaduras sexuais. Mais do que injusta, essa é uma situação perversa, pois penaliza um ser humano pelo seu gênero, portanto desde que nasce,e sem chance de reverter a situação.
Leila, Ele nao defende a intolerancia em hipotese alguma. O que ele coloca é que o capitalismo global é o eixo sutil que e dado como naturalizado e inquestionavel. E ai há tolerancia para milhares de excluidos pois é o ocidente quem determina o que se tolera ou nao. Há tolerancia para miseria, ha tolerancia para paraisos fiscais, há tolerancia para a hegemonizacao da cultura ocidental.
Agora este mesmo eixo nao tolera o islamismo por razoes muito alem da questao de sexo, que se fossem na pratica somente esta vc teria razao.
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