Quatro amigas de uma ONG para crianças. No bar- café sentadas na mesa oval ao centro do salão, em altos brados comemoravam o sucesso das festividades do fim de ano junto as crianças assistidas. Ou melhor, o que enxergavam sobre o sucesso, ou melhor, ainda acreditavam na palavra sucesso.
Vibravam com o reconhecimento do trabalho delas pelas mães dos assistidos. Uma mãe disse que o filho nunca teve um fim de ano com tantas festas. Outra amiga contou que ensinava a algumas mães que elas deveriam ser focadas, perseverantes e que coisas boas aconteceriam. A amiga que chegou atrasada berrou ao exclamar que aquelas crianças querem é muito alegria.
Aquilo foi dando um nojo no velho sentado lendo um livro próximo àquela mesa. Abstraiu-se do livro e começou a divagar no quanto aquelas senhoras estavam preocupadas com a dependência que aquelas pobres pessoas tinham sobre elas e a organização. Ou o quanto elas se achavam donas do saber best seller propondo soluções místicas e sentindo-se mães daquelas mães. E se até mesmo naquela idade ainda confundiam axé com alegria, aquilo era um mau sinal para as crianças.O velho não voltou a ler. Pediu a conta e foi embora.Também era um pouco assim. Egoísta querendo ajudar.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
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