Há um diálogo tenso no Bar. Pouca luz, madrugada. Homens e Mulheres esgarçam a alma à procura de suas existências.
Oscar e Adauto são homens à beira dos 40 anos. Com a pele talhada e olhos cansados descobriram na vida que tempo é um negócio sem sentido e o que dói é do tamanho da dor.
Oscar: Parece que a gente tá sempre se preparando para o amanhã? Só não sei a mando de quem?
Adauto: Cara, fica na tua. Te conheço há 25 anos. Onde é que tá tua veia? Teu sangue tá escorrendo prá onde? Toma esse conhaque. Somos amigos e por isso, você conhece minha vida. Sabe que não acredito em jardim florido, mas você tá querendo se ferir com faca sem corte.
Oscar: Porra, tá uma puta barra para mim. Problemas prá caralho que existem mais ainda os que eu invento. Não tô conseguindo sair dessa.
Adauto: Tua dor é solitária! O fogo que te consome é egoísta e não adianta atacar o pior inimigo que só vai piorar.
Oscar: Só não entendo como tu consegue ainda ter esperança.
Adauto: Esperança, não! Faço meu trilho cheio de barreiras, também não acredito nessa porra toda! Tô triste...minha mulher me deixou
(Silêncio)
Oscar: Vocês sempre se amaram.
Adauto : Amei, você bem que disse. Amor foi feito prá quem é forte. Não para mim!
(Chorando)
Oscar abraça o amigo pelo pescoço e também chorando diz:
Oscar: Viver, na real, é uma ficção de merda.
(chorando)
Adauto: Todos os problemas acabaram. Só sinto a falta dela. Vou embora, Oscar. Só saio de casa agora se for para chorar.
Oscar : Vai nessa Adauto. Te considero prá caralho. Fico por aqui, esperando o amanhecer prá ver se o tempo muda de vez.
domingo, 23 de março de 2008
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