Você fica escrevendo, para acreditar no que escreve. Critica querendo acreditar na sua crítica. No fundo, se conhece bem. Bem menos do que gostaria. Você compreende e sabe que isso não é o bastante. Sonha porquê só assim dá prá viver. Você agora não faz literatura e avisa. Você agora não faz forma sem saber. Você faz tudo por você. Acha isso o máximo. Você quer se encontrar. E briga por isso sempre. Muitas vezes enrola um pouco a vida pois tomar decisão não é fácil. A inércia do que já está, tem sua força reconhecida até na física (um pouco de literatura nesta cuspida seca).
Você é ou são personagens. Você sabe as reais que pode entrar. Sabe o valor da maconha, do álcool e da aparente normalidade. A maconha ajuda a não esquecermos nossos medos. A normalidade de não se esquecer e o álcool de acreditar que vale a pena viver.
Você acredita no seu egoísmo. E busca o belo a todo custo. Você quer ser eterno. E disso não abre mão. Você não acredita em morrer em paz. Acredita na dor.
Se emputece com sua covardia. Essa covardia não é a que todo mundo diz. Ela é só sua. Você não entende que o mundo é que manda e não você. Você é vaidoso e precisa de aplausos. As dores para você sempre te ajudaram. Dores que te colocam no eixo.
Você se perde na musicalidade das palavras. Se perde também no silêncio. Você reconhece seu ego na aprovação do outro. Confia como um cego no entendimento comum sobre as coisas. Você não sabe de quê lado está o bem e o mal. Você não sabe de quê lado está. Você não quer perder nunca. Você quer ser o sujeito.
Ainda que haja tudo isso, tenta, como poucos, acertar e não deixa de amar e valorizar a vida em sua dimensão mais banal.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
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